16 July, 2007

Natalidade II

Envelhecimento não se deve somente ao declive da ocorrência do belo fenómeno que é parir um ser.
Com ele está relacionado também, a certeza de que tudo se transforma, e se há uns anos vivia-mos 55 no máximo, hoje, aquele que beber mais cházinho, já se aguenta até aos cento e poucos anos.
Estamos num mundo que atingiu velocidades de mudança muito elevadas, existe muita variedade, alternativas, muita informação, tecnologias…mas existe também muita vaidade…e por isso demo-nos e damo-nos ao luxo de poder adiar a morte por mais uns secos verões. Aumentou-se a esperança de vida demais …isso “naturalmente” envelhece-nos.
A diminuição da mortalidade infantil é outro importante pilar na dinâmica do envelhecimento de uma população.
Quanto á baixa taxa de fecundidade, quero juntar ás possíveis razões já mencionadas, uma outra. Existe também em muitos casos, a convicção individual que representa o sentimento de, simplesmente, não querer ter filhos. Opções.
Muitos não podem, outros não conseguem, existem os que esperam pelo momento ideal e afinal querem é curtir e outros…
não querem (mesmo tendo todas as condições para).
“Contra” estes últimos não sei se há muito a fazer.
Contra aos idosos pós 95 anos, arranjava-se-lhes um Hitler competente!!! : )
(também é necessário preocuparmo-nos com a questão de sermos pessoas a mais, somos uma superpopulação…que um dia destes passa a praga)
Uma outra ideia que se poderá constituir como uma real possibilidade (na causa da tendência para o envelhecimento), é o fenómeno-hipótese de as mulheres terem alterado a sua cronologia biológica e terem “decidido” para mais tarde, o desejo de ter uma semente.
As mudanças são tantas, as modificações nos valores, nas sociedades, nas culturas, nos papéis e profissões são tão profundas que tornam possíveis, lógicas alterações no ritmo e nas necessidades biológicas humanas.
Um mundo inteiro a mudar… e rápido,
Exige uma cultura humana a adaptar-se…e convém que seja depressa.
O envelhecimento de todos nós como espécie é também o reflexo que um espelho de tamanhas mudanças nos dá…e como tal, é possível que,
tal como se adia a morte, talvez as mulheres e os casais de hoje estejam a adiar, por mais uns bonitos verões, a possibilidade de ter um filho. Veremos!!!