30 May, 2007

Para Quê 2...

Se um homem olha para trás de si e tenta aprender com os seus erros porque é que a história é ciclica? Podia passar aqui uma eternidade a escrever os exemplos mais descabidos e verdadeiros mas gostava de ir mais além... A vida leva-nos a cometer erros e sejam eles quais forem servem para adicionar experiência de vida à nossa vivência, ao nosso dia-a-dia, mas porque é que não é um dado adquirido? seremos assim tão casmurros? Eu penso que será um sentimento que provem da nossa infancia e dou como exemplo: "o pai/mãe a tentar ensinar o filho(a) para não mexer aqui ou ali", se a criança não tentar fazê-lo nunca vai aprender que não deve mexer. A humanidade rege-se por esta regra e assim será até ao fim dos tempos visto que podemos aprender com a história de um ou de outro, de uma cidade ou nação, mas se não passarmos pela mesma situação nós próprios não sabemos se acabamos por cometer os mesmos erros... que muito provalmente é isso que acontece ou irá acontecer. Pode até ser porque nos achamos superiores ou inferiores e que conosco não acontece o mesmo que aconteceu ao outro mas eu tenho a certeza que é porque nunca fomos submetidoas a tal situação.

Nests

25 May, 2007

...

Não sei de quem recordo do meu passado
Que outrem fui quando o fui, nem me conheço como sentindo com minha alma aquela alma qua a sentir lembro.
Do dia a outro nos desamparamos.
Nada de verdadeiro a nós nos une -
Somos quem somos, e quem fomos foi coisa vista por dentro.


F. Pessoa

Mind Issues I

Um simples exercício a um dos orgãos mais complexos que temos, aquele que permite o mundo ver,
poderá enriquecer a nossa capacidade de raciocínio em 10%.
Exercitar o olho, deixando-o fluir em direcções diversas, durante 30 segundos diários, parece que aumenta a comunicação entre os dois hemisférios do nosso orgão pensante.

Permitir aos olhos uma dança por dia, para além de fazer bem aos próprios (porque dançam) , convida ao mesmo tempo a uma aproximação dos dois rostos cerebrais que são funcionalmente distantes.
Dançamos os olhos e o cérebro aconchega-se...


Experimentamos?

22 May, 2007

Mind Issues 0&0

A Mente mente.
Se todos nós sem excepção,
mentimos um pouco a toda a gente
porque não mentir à nossa própria mente.

...Pode ser útil...

12 May, 2007

Criatividade e Imaginação

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No castelo do Barba Azul

George Steiner escreve este ensaio “No Castelo do Barba Azul”, em 1971, com o intuito de caracterizar a cultura contemporânea (Europeia), apresentando-nos aforismos necessários para uma (re) definição da mesma.
O autor sugere-nos um título, que lembra um conto tradicional, com o mesmo nome, que tratava de um senhor com mau íntimo, de barba azul, que guardava um segredo obscuro no quarto do seu castelo. Mantinha escondidos os corpos das mulheres com quem casara e que sucessivamente assassinara. A porta proibida do seu quarto escondia: “um inferno”.
Steiner, por sua vez, abre portas do nosso castelo da cultura. Uma porta sobre o grande “Tédio”; sobre uma “Temporada no Inferno”; sobre “Pós-Cultura” e sobre o “Amanhã”, constituem respectivamente os nomes dos 4 capítulos que compõem este ensaio, que nos ajuda a entender melhor a noção de cultura, sua evolução, antecedentes e consequências para a mesma, de determinados acontecimentos trágicos e bárbaros praticados por bímanos de geração humana (passíveis, infelizmente, de serem comparados com os actos praticados por “vilões” de certas lendas, como o Barba Azul).
A nossa cultura é uma Pós – cultura que vive um sentimento de desorientação, e que em certos momentos perde a sua sensibilidade moral, apostando na violência e destruição mútua. Nas palavras de Steiner percebemos que o frio sentido hoje, é devido a um período de longa paz, no passado, o celebre verão sem nuvens de 1815-1915. Este longo período é focado como sendo a origem nas nossas actuais dificuldades e de uma inumanidade que nos obriga a redefinir a cultura de agora que nos reveste e que a todos pertence. Apesar da grande confiança sentida nessa época e da sua aparente vitalidade ilustrada através de algumas obras (como o Elogio de Macauly sobre a ciência e o progresso; Fausto ; ou através de correntes de pensamento como positivismo, o historicismo hegeliano e o cientismo de Claude Bernard), esta geração começa por cair na real, acabando por perceber o seu verdadeiro vazio.
Todo o ritmo fantástico de 1789-1815, das guerras napoleónicas e da revolução francesa introduziram grandes transformações e profundas alterações na qualidade da esperança Europeia, no tom das relações sexuais e na aceleração do tempo vivido. O que aconteceu é que da agitação, rebelião, vitalidade dum período passamos a um outro bem mais calmo (a vitalidade insensata da era Napoleão Vs o colapso destas esperanças revolucionárias). Um período intensamente vivido termina e dá a vez a um vazio, a uma era de frustração, a uma espécie de desmotivação…experimenta-se o Tédio. Este é o motivo que Steiner foca e que dá, como já afirmei anteriormente, o nome ao 1º capítulo: “L´énnui” (“uma inacção que se prolonga”, “letargia febril”, um cansaço desanimado, ou como Fernando Pessoa diria, uma “Vontade de nada”).
É portanto, por volta de 1830, que o tédio se começa a sentir, e certas obras literárias que se escreveram na altura – como “La confession d´un enfant” - exemplificam, ou melhor, registam os começos desse tédio.
Steiner chama-nos ainda a atenção para uma mistura efervescente que este período assistiu. Esta mistura reúne, o dinamismo tecnológico e económico ( o crescimento enorme da industria e economia e a produção em massa que levam á desumanização dos trabalhadores e que se encontra associada à alienação), um século de civilização burguesa e liberal e ainda a imobilidade social que se vivia. É esta mistura somada à inércia e tédio em que se viveram estes 100 anos de paz, que se constitui a conjectura, para se começar a engendrar a partir de 1900, uma “nostalgia do desastre”, um “desejo de sangue” e de destruição que discorre da frustração então presente (os romances de Flaubert são prova disso mesmo). A corrida ao armamento e o crescente nacionalismo europeu foram, segundo Steiner, apenas, sinais exteriores desse geral mal-estar.
“ O tédio alimentava fantasias sobre catástrofes próximas”. E assim aconteceu. A belle epoque encontrou um estado de decomposição e terminou basicamente com o início da I Guerra Mundial. Foi o término do longo trajecto de 100 anos, que o homem percorreu no jardim da paz.
Steiner , neste ensaio, dá-nos de facto, pistas para melhor compreendermos o mundo em que vivemos, e acredita que foi o longo verão de paz e o tédio daí consequente, o responsável pela barbárie que se assiste de seguida. Ao que parece a violência foi a fórmula para terminar com o entediante existir. É por esta constatação e numa tentativa de esclarecer este paradoxo, que o autor no final do capítulo mergulha numa perspectiva psicanalítica, sugerindo que uma civilização quando se torna mais complexa “desenvolve tensões implosivas e movimentos de autodestruição”. Em “o mal-estar da civilização” Freud diz-nos, que existe “uma inata inclinação humana para ruindade, a agressividade, destrutibilidade e também crueldade” que inevitavelmente dificulta o nosso relacionamentos interpessoais, isto é, o nosso existir com os outros.
O conhecido psicólogo, ilustra-nos na sua obra, como os costumes civilizados impõem tensões ás pulsões primárias do homem, e como existe no homem “um instinto de morte ou destruição”.
Talvez seja esta a verdadeira condição humana. Acontecimentos bárbaros, guerras, mares de sangue, tortura e sofrimento atroz infligidos ao nosso semelhante no passado, poderão ser a prova inequívoca disso mesmo… que para além de sermos corpo e alma, encerramos no nosso ser, não só Amor como também, inevitavelmente, o ódio, a violência e o mal, uma condição biológica que já nos conduziu à “prazerosa” e instintiva destruição de nós mesmos e que provavelmente continuará a fazê-lo.
Será isto uma possibilidade?...

Para quê ??

É importante escrevermos História? Será a história importante para o nosso desenvolvimento civilizacional? Pensarmos e documentar o nosso passado serve para algum objectivo comum? Muitos dirão que é inutil e até perda de tempo e dinheiro.
Outros porém dirão o contrário, que é essencial sabermos quem fomos, como descobrimos certas verdades, como fomos evoluído e desenvolvendo valores diferentes no tempo. Como nos desenvolvemos antes do agora que vivemos. Saber do nosso passado e ter consciência do mesmo ajuda-nos a perspectivar o presente e o que vem. Para além disso sabe-se que os processos vitais, os momentos e a vida, são cíclicos.
Também a história que conta e narra (para mais tarde recordar) esses momentos, deverá ter um carácter cíclico.
Muitos dos profetas que conhecemos eram acima de tudo bons historiadores. Tendo o conhecimento ou a intuição de que a história se repetia, que os ciclos de vida chegavam a um fim antes de iniciar um princípio ou vice-versa, estes profetas foram “capazes” de antever alguns acontecimentos não por factores de clarividência pessoal mas antes por terem um sentido de história apurado, usando alguns dados de acontecimentos marcantes no passado para colocar a hipótese de que estes se repetiriam num futuro tempo. E aconteceram.
A história é cíclica.
Aí reside a sua grande importância. É um instrumento, um corpo de ideias que está ao nosso alcance para nos ajudar a preparar o dia que vem. È um pouco como a meteorologia que agora dispõem de técnicas e meios que permitem antever catástrofes naturais com dias de antecedência, dando tempo para as pessoas se porem a milhas. Previne-se Mortes.
Pessoa, instituição, entidade, pratos de culinária, países, coisas, mobílias, roupas, drogas, especiarias, cidades e vidas com a sua história são mais dignas, mais interessantes de conhecer, mais completas no seu ser, na sua missão…Parece que a história dá o arcaboiço para sobreviverem sem se apagarem com o ruído da existência. A nossa história a um nível geral, pelo menos parte dela, tem de pertencer e corresponder em parte ao inconsciente comum, todos conhecemos certos momentos do passado, é algo que não sendo tabu, fala-se sobre, representa-se, documenta-se …faz-se história sobre esse acontecimento, é algo que já os nossos pais sabiam, agora sabemos nós, e outros do genéro que iremos conhecer ao longo da ida vão ser descobertos pelos nossos filhos.
A história aproxima-nos...
Para além da história factual mais geral, comum, horizonte do quadro que desenhamos para tentar representar a realidade, existe um outro carácter da história. Refiro-me ao histórico de cada um, a sua mitologia individual, as imagens que reteve, o que viu, o que aprendeu, o que lhe fez chorar, ou rir, as pessoas de quem mais gostou, as sensações de ser puto, depois as de crescer…por ai fora.
Tudo parte integrante ou melhor que conta a nossa história íntima. Este carácter da história é igualmente muito importante…evoluímos mais se tivermos uma história própria, constituída por momentos tão únicos e irrepetíveis, quanto a especificidade dos órgãos de sensações dos universos ilhas que somos. Cada um sente à sua maneira e representa o mundo da única maneira que sabe fazer.O que torna o mundo, para além da sua magia e gigante infinitude física, num multi-mundo de milhões de biliares de histórias pessoais.
A história escreve-nos…

Vaidade

..."Cada um tem a sua vaidade, e a vaidade de cada um é o seu esquecimento de que há outros com alma igual.
F. Pessoa

Abre-se mais uma porta...

Abre-se a porta e Caí-se sobre uma estrela...
A estrela polar.
Sugeriu um caminho, largo e comprido sujo e desnivelado mas, que indicava o puro luar.
Sente-se pois a beleza, por poder contemplar a infalível certeza, de que o "agora" momento é mais real que o passado ou futuro tempo.
Dualidades.
É um novo entre os infinitos blogs que já existem...
Experiências, factos, o real.
Imaginário, sonhos, música, a espiritualidade.
Filosofia, poesia, opniões e aquilo que viaja na alma no momento da escrita....... vai dar forma à consciência deste blog.
Bem-vindo Amigos.