12 May, 2007

Para quê ??

É importante escrevermos História? Será a história importante para o nosso desenvolvimento civilizacional? Pensarmos e documentar o nosso passado serve para algum objectivo comum? Muitos dirão que é inutil e até perda de tempo e dinheiro.
Outros porém dirão o contrário, que é essencial sabermos quem fomos, como descobrimos certas verdades, como fomos evoluído e desenvolvendo valores diferentes no tempo. Como nos desenvolvemos antes do agora que vivemos. Saber do nosso passado e ter consciência do mesmo ajuda-nos a perspectivar o presente e o que vem. Para além disso sabe-se que os processos vitais, os momentos e a vida, são cíclicos.
Também a história que conta e narra (para mais tarde recordar) esses momentos, deverá ter um carácter cíclico.
Muitos dos profetas que conhecemos eram acima de tudo bons historiadores. Tendo o conhecimento ou a intuição de que a história se repetia, que os ciclos de vida chegavam a um fim antes de iniciar um princípio ou vice-versa, estes profetas foram “capazes” de antever alguns acontecimentos não por factores de clarividência pessoal mas antes por terem um sentido de história apurado, usando alguns dados de acontecimentos marcantes no passado para colocar a hipótese de que estes se repetiriam num futuro tempo. E aconteceram.
A história é cíclica.
Aí reside a sua grande importância. É um instrumento, um corpo de ideias que está ao nosso alcance para nos ajudar a preparar o dia que vem. È um pouco como a meteorologia que agora dispõem de técnicas e meios que permitem antever catástrofes naturais com dias de antecedência, dando tempo para as pessoas se porem a milhas. Previne-se Mortes.
Pessoa, instituição, entidade, pratos de culinária, países, coisas, mobílias, roupas, drogas, especiarias, cidades e vidas com a sua história são mais dignas, mais interessantes de conhecer, mais completas no seu ser, na sua missão…Parece que a história dá o arcaboiço para sobreviverem sem se apagarem com o ruído da existência. A nossa história a um nível geral, pelo menos parte dela, tem de pertencer e corresponder em parte ao inconsciente comum, todos conhecemos certos momentos do passado, é algo que não sendo tabu, fala-se sobre, representa-se, documenta-se …faz-se história sobre esse acontecimento, é algo que já os nossos pais sabiam, agora sabemos nós, e outros do genéro que iremos conhecer ao longo da ida vão ser descobertos pelos nossos filhos.
A história aproxima-nos...
Para além da história factual mais geral, comum, horizonte do quadro que desenhamos para tentar representar a realidade, existe um outro carácter da história. Refiro-me ao histórico de cada um, a sua mitologia individual, as imagens que reteve, o que viu, o que aprendeu, o que lhe fez chorar, ou rir, as pessoas de quem mais gostou, as sensações de ser puto, depois as de crescer…por ai fora.
Tudo parte integrante ou melhor que conta a nossa história íntima. Este carácter da história é igualmente muito importante…evoluímos mais se tivermos uma história própria, constituída por momentos tão únicos e irrepetíveis, quanto a especificidade dos órgãos de sensações dos universos ilhas que somos. Cada um sente à sua maneira e representa o mundo da única maneira que sabe fazer.O que torna o mundo, para além da sua magia e gigante infinitude física, num multi-mundo de milhões de biliares de histórias pessoais.
A história escreve-nos…