Chega na sua vespa cinzenta com pára brisas e atrelado cheio de bugigangas achadas no lixo. A mota quase não pode com ele... tem á volta de metro e meio...de barriga, usa óculos, tem os seus 60 e qualquer coisa, 1,60 de altura, uma autentica bola, dizem que tem papel mas não aparenta nada disso.
Entra, pede um café e uma água com gás. bebe o café. não bebe a água. mas pediu a água fresca. nisto pergunta por uma vizinha que por acaso é só uns 15 a 20 anos mais nova que ele.
"A dona tal já esteve aqui hoje"
Eu desconverso... já me basta as fofoquices de café que um gajo tem de ouvir, quanto mais ter que dar satisfações sobre aquilo que se passa dentro do estabelecimento.
E ele deixa-se estar... escolhe sempre o mesmo lugar atrás da porta. nunca abre a garrafa de água. fica por ali uns 30 a 40 minutos. e vai embora...até ao dia em que aparece a pessoa em questão, o caso mudou logo de figura, assim que a mulher aparece no lado de fora da janela do café agarrou na garrafa de água, abriu-a, já estava quente de certeza, e fingiu que estava ali a ler o jornal... ela vinha com um homem... consumiram o que quiseram e assim que eles sairam porta fora lá estava ele a controlar pela janela, o homem despediu-se da mulher e foi embora. Ele reparou que a mulher não ia para casa, deixou tudo como estava: Jornal aberto na pag. onde estava á mais de 15 minutos, a água apenas com uns dois ou três golos de água bebidos, nem a sua enorme barriga lhe complicou a vida quando foi no encalce da mulher. Falou com ela uns cinco minutos e veio para dentro do café todo contente. Mas quem disse que ficou satisfeito, deu mais um golinho na água e saiu de novo. para quê? ir esconder a mota atrás do prédio para não dar a cana em como ainda estava lá, no controle. para mal dos seus pecados a mulher nunca mais apareceu...
Foi aí que descobri um dos maiores mistérios que me apoquentava a cabeça nos ultimos tempos:
Porque é que o homem não abria a porcaria da garrafa e não a bebia...