19 January, 2010

A fonte do problema ainda somos nós

Já todos sabemos o que se passou no Haiti. Vou-me escusar a descrever o acontecimento que por acaso rima com sofrimento, sendo este um sentimento e tudo o que o envolve, que vou precisamente abreviar, pelo simples motivo de "todos" já termos visto e revisto as imagens apresentadas pelo (árduo) trabalho de alguns profissionais que nos dão a conhecer estas realidades, ao estarem, efectivamente, lá, e pelo motivo também, de todos o sentirmos de forma diferente.
Inclino-me mais noutra direcção, apoiada claro, em alguns argumentos de um investigador universitário que os expôs.
(Refiro-o e vou citá-lo devido a ter sido importante, quando o li, para uma maior compreensão pessoal neste tipo de assunto e ainda mais porque só de uma forma muito simplista me ter ocorrido tal tipo de relação. Se expose-se como minha ideia, a de outro, seria plágio de ideia ou de propriedade intelectual/criativa ; criptonésia social; ao qual, não se dá muita importância hoje em dia, mas que deveria de facto ser mais respeitado...
ao invés é costume fazer-se copy paste e de forma automática a ideia passa a ser nossa..Hmmm) Chega de aparte que nada tem a ver.

E que tamanho sentido me fizeram alguns dos argumentos (aliás factos).
Por exemplo:
"o maior número de mortos resultantes de sismos dão-se precisamente em estados onde é evidente o desordenamento de território, a fraqueza de um municipalismo responsável, a falta de coordenação entre o poder central(onde está ele no Haiti?) e local, a descredibilização da engenharia associada à densa construção e ao selvagem povoamento, além das fragilidades do território e populações estarem, de uma forma geral, associadas a um nulo desenvolvimento económico ( Paquistão, Afeganistão, Haiti) ou a um desigual investimento regional (China, Irão)"
Bernardo de Lima

A mãe natureza pela sua própria natureza "ataca" muitas das suas próprias raízes/bases e componentes. O deslizamento de placas tectónicas existem em muitos locais do mundo e de quando em vez ( até de forma periódica) rangem entre si.
É a natureza, de forma natural a destruir (ou não) a sua própria naturalidade e a aniquilar sem piedade alguns de nós humanos(que fazemos parte dela).
Mas o curisoso e é o que este investigador sugere é que o poder gigante (aliás natural) da natureza se reflecte mais ou tem maiores consequências precisamente nos locais onde existem mais problemas. Ou são mais pobres, ou são muito ricos mas desproporcionalmente, ou tiveram muitos ditadores que só merda fizeram, ou onde a democraia ( ou qualquer outro regime político) não funciona ou sequer existe ou se constitui somente como fachada.
....Morrem mais pessoas com um sismo ou com alguma outra catástrofe natural, onde, ao fim e ao cabo, o regime politico, religião, a distribuição do dinheiro, as condições para cada um, são mais negligenciadas e deturpadas e corrompidas e....por ai fora.
Morrem mais pessoas, onde, então, o humano mais erra desumanamente.
"o tipo de regime político é ou não relevante quando queremos responder no futuro a tragédias como a do Haiti? é que estas, infelizmente não vão ficar por aqui."

Já agora para quem quiser perder uns segundos, o google maps actualizou a região após o acontecimento, sofrimento.
Não dá para perceber bem a devastação, mas dá para entender melhor a arquitectura caótica e fraca de algumas partes de um dos países mais pobres do mundo ocidental.
A natureza tem o papel principal, mas o homem tem um papel de "narrador" participante, quando se morre demais á pala da naturalidade da natureza.
Em outras partes do mundo, com um sismo de valor 7 (escala de Richter) não teriam morrido, talvez nem metade).

Simples mas não deixa de ser curioso.