25 March, 2008

(DES)Larguem o Tibete...

Uma terra com um milhão e duzentos mil metros quadrados que teve a sua origem em 127 a.c. quando uma dinastia militar se instalou no vale de Darlung e passou a comandar a região tendo investido nas regiões vizinhas com grande vigor por quase oito séculos tendo terminado estes intentos belicistas aquando da chegada do 33º rei do Tibete ao poder. Imperador Songtsen Gampo tornou o Tibete numa região mais pacífica tendo edificado as bases essenciais para esse propósito como a criação do alfabeto Tibetano, estabeleceu o sistema legal tibetano baseado no princípio moral segundo o qual é valorizada a proteção do meio-ambiente e da natureza, e favoreceu o livre exercicio do Budismo tendo inclusivé construido varios templos.
Este pedaço de terreno que se situa entre a China e a India que incorpora a correnta montanhosa dos Himalayas é apelidada de "Tecto do mundo" exactamente por isso e é constatemente massacrada com varias tentativas de invasão por parte dos chineses, durante a história, que acabam por declarar a sua aquisição nova região autónoma da China no séc. XVII. Os dois séc. seguintes foram caracterizados por uma intensa luta pela independencia temporáriamente conquistada em 1912. Em 1950 o regime comunista da China ordena a invasão da região, que é anexada como provincia. A oposição tibetana é derrotada numa revolta armada em 1959. Como conseqüência, o 14° Dalai Lama, Tenzin Gyatso, líder espiritual e político tibetano, retira-se para o norte da India, onde instala em Dharamsala um governo de exílio.
Em setembro de 1965, contra a vontade popular de seus habitantes, o país torna-se região autônoma da China. Entre 1987 e 1989 tropas comunistas reprimem com violência qualquer manifestação contrária à sua presença. Há denúncias de violação dos direitos humanos pelos chineses, resultantes de uma política de genocidio cultural.
Em agosto de 1993 iniciam-se conversações entre representantes do Dalai Lama, laureado com o prêmio Nobel da Paz em 1989, e os chineses, mas mostram-se infrutíferas. Em maio de 1995 é anunciado pelo Dalai Lama o novo Panchen Lama, Choekyi Nyima, de 6 anos, o segundo na hierarquia religiosa do país. O governo de Pequim reage e afirma ter reconhecido Gyaincain Norbu, também de 6 anos, filho de um membro do Partido Comunista, como a verdadeira encarnação da alma do Panchen Lama.
Ugyen Tranley, o Karmapa Lama, terceiro mais importante líder budista tibetano, reconhecido tanto pelo governo da China como pelos tibetanos seguidores do Dalai Lama, foge do país em dezembro de 1999 e pede asilo à Índia. A China tenta negociar seu retorno, mas Tranley, de catorze anos, critica a ocupação chinesa no Tibete.
A causa da independência do Tibete ganha força perante a opinião pública ocidental após o massacre de manifestantes pelo exército chinês na praça da Paz Celestial e a concessão do Prêmio Nobel da Paz a Tenzin Gyatso, ambos em 1989. O Dalai Lama passa a ser recebido por chefes de Estado, o que provoca protestos entre os chineses. No início de 1999, o governo chinês lança uma campanha de difusão do ateísmo no Tibete. A fuga do Karmapa Lama causa embaraço à China.
Numa conferência de imprensa para apresentar a versão de Pequim sobre as ultimas manifestações e os motins anti-chineses, Champa Phuntsok afirmou que 13 pessoas morreram queimadas e esfaqueadas, o governo chinês tinha dito antes que os protestos de Lhasa tinham feito dez mortos, mas o governo tibetano no exílio afirma que a repressão chinesa dos protestos fez pelo menos 80 mortos.
Champa Phuntsok acusou os "tibetanos amotinados" de responsabilidade pelos mortos e de terem deitado fogo a mais de 300 edifícios, incluindo casas e 56 veículos.
Deixem o Tibete respirar.