19 June, 2007

Democracia

Para que servem os partidos???
Se um individuo está recenciado em idade para votar que escolhas tem à sua disposição?
Sempre as mesmas caras, as mesmas frases eleitorais, campanhas após campanhas e no fim será que escolhemos as pessoas que nos representam?
Tenho a certeza que não, que escolhemos os nossos representantes não pela obra feita mas por serem um mal menor quando comparados com outros. Quem diz que esses canditados são as pessoas certas para o lugar são os partidos politicos mas são certas para quem? para o chamado senso comum ou para eles próprios que os nomeiam?
Eu não acredito nos partidos politicos e, embora sabendo que são a base da democracia e do estado de direito, abomino o controlo de ideias que exercem sobre os seus militantes. Obviamente que temos que abdicar de algumas exigências ou ideias a favor da unidade ou da maioria, mas serem castigados das mais diversas formas e muitas vezes exonerados dos próprios partidos por terem ideias divergentes é uma completa demagogia num estado de direito com liberdade de expressão como se auto-intilulam as sociedades modernas da actualidade.
A titulo de curiosidade gostava de enumerar alguns exemplos que simplesmente acho um ultraje:
1. O deputado do queijo Limiano, Daniel Campelo (CDS/PP), foi exonerado por ter dado o voto que faltava ao executivo de António Guterres (PS) para aprovar o orçamento de estado porque tinha a convicção que a alteração de algumas alineas ao documento simplesmente iriam ajudar o seu concelho a prosperar. É agora autarca independente na camara de Ponte de Lima.
2. Toda a ala ortodoxa do PCP sofreu mazelas por evidenciar que o próprio partido precisava de uma revolução ao qual todos os dirigentes se opuseram e o resultado foi a exoneração de dois dos mais carismáticos militantes do partido.
3. Todos os autarcas que estão hoje no banco dos réus são candidatos independentes eleitos pelo povo já depois de serem indiciados, querendo isto dizer que se calhar não são tão maus quanto os próprios partidos os querem mostrar, porque quem supostamente devia mandar, ou seja, o povo quer estas pessoas no poder.
Não quero, por estes exemplos, dizer que estes individuos é que são os herois e nunca puxaram a brasa à sua sardinha mas dentro da democracia há e sempre haverá vozes discordantes em matérias polémicas como o aborto, a legalização das drogas, a regionalização entre outras, mas acho que o que está em causa é como estas vozes são tratadas só porque são discordantes do fio condutor que o partido a que pertecem delineou.
O que eu tento demonstrar aqui é que com os partidos políticos organizados como estão, não passamos da "cepa torta", e temos a nossa democracia, tão eloquentemente enaltecida pelos mesmos, por isso ameaçada.